Transmitida pelo carrapato, essa enfermidade é pouco conhecida no Brasil
A doença de Lyme é uma infecção provocada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de carrapatos, provocando lesões na pele, e, em estágio avançado, no sistema nervoso central e periférico, no coração e nas articulações. No Brasil, é conhecida como doença de Lyme símile brasileira ou síndrome de Baggio-Yoshinari e é transmitida por carrapatos dos gêneros Amblyomma cajenenses, Rhipicephalus sanguineus, Ripichephalus microplus, Dermacentor nitens. Nos Estados Unidos, por exemplo, os carrapatos pertencem ao complexo Ixodes ricinus¹.
No local da picada aparece uma lesão expansiva, única ou múltipla, do tipo mácula ou pápula de coloração avermelhada chamada de eritema crônico migratório (EM) e é um dos principais sinais clínicos de suspeita da doença². Em sua fase aguda, além das lesões, o paciente pode ter febre, mal-estar, fadiga, dores de cabeça e rigidez de nuca, entre outros sintomas, que duram várias semanas³.
Esta doença não é transmitida de humano para humano ou durante a gravidez para o feto e é preciso que o carrapato fique aderido a pele por 24 horas ou mais para que ocorra o contágio. O período de incubação está entre 3 a 32 dias². Os sintomas da variante brasileira da doença geralmente são recorrentes, mesmo após longo tratamento, podendo desenvolver a síndrome da fadiga crônica ou encefalomielite miálgica e doenças autoimunes/alérgicas e o tratamento é realizado a base de antibióticos¹,².
Algumas medidas podem ser tomadas como prevenção ao contágio. Evitar locais com infestação de carrapatos e áreas rurais com mata, porém, caso não seja possível, usar calça e blusas de manga compridas (preferencialmente de cor clara, para ajudar na visualização do aracnídeo) e botas podem proteger o acesso a pele. O uso de repelente também pode ajudar. Ao voltar, olhar cuidadosamente todo o corpo e, caso note a presença de carrapato, retirar cuidadosamente com uma pinça e luvas¹,².
Esta é uma doença rara no Brasil exigindo que seja feita a notificação para os órgãos de saúde locais².