Estima-se que 80% das mulheres em idade fértil tenham miomas
O mioma, também conhecido também conhecido como fibroma ou leiomioma, é um tumor benigno que ocorre na parede do útero, sendo um tecido de músculo liso. São três tipos de miomas: caso cresça em direção à cavidade uterina, empurrando sua camada interna (endométrio), é chamado de mioma submucoso; se for na região central dessa camada muscular, é conhecido como mioma intramural e; se o crescimento ocorrer em direção à parte externa do útero, empurrando sua superfície, é chamado de mioma subseroso¹. O mioma pode ser único ou múltiplo e variar de tamanho. Surge em mulheres em idade reprodutiva, ou seja, que menstruam e podem engravidar. Apesar da causa ser desconhecida, seu crescimento está ligado aos fatores hormonais e genéticos².
Sintomas
Esta é considerada uma doença silenciosa, pois na maioria dos casos não apresenta nenhum sintoma. Quando aparecem, se relacionam à localização e direção do crescimento do nódulo, podendo ser percebidos pelo aumento do fluxo menstrual, aumento do volume abdominal, dor pélvica e compressão de órgãos ao redor do útero, como bexiga e intestino. Em alguns casos, pode causar infertilidade (os miomas estão associados à infertilidade em 5 a 10% dos casos), dificuldade para engravidar, aborto espontâneo e anemia¹,²,³.
Diagnóstico
Mulheres acima dos 30 anos e com histórico familiar devem realizar exames de rotina para prevenir e detectar casos de mioma uterino¹. O diagnóstico do mioma uterino é feito por meio de exames como a ecografia pélvica transvaginal².
Tratamento
O médico irá recomendar a terapia mais adequada dependendo do caso, dos sintomas, da quantidade de nódulos, do tamanho e da localização em que esses nódulos se encontram. Um fator importante e considerado pelo médico na hora de escolher o mais indicado é a idade da paciente e seu desejo reprodutivo².
Mulheres assintomáticas não precisam de tratamento, embora seja recomendado o acompanhamento médico. O tratamento do mioma uterino geralmente é feito para o alívio dos sintomas, que tendem a desaparecer com a chegada da menopausa. Assim, alguns médicos recomendam a utilização de medicamentos até esta fase, evitando, assim, os riscos associados a uma possível cirurgia³. Anticoncepcionais orais, progestágenos e antiprogestágenos, análogos do hormônio liberador das gonadotrofinas e anti-inflamatórios não esteroides são os medicamentos mais indicados pelos profissionais de saúde. O tratamento definitivo é por meio cirúrgico. São dois tipos de cirurgia indicados: a miomectomia, em que se retirada apenas o mioma; ou a histerectomia, nos casos em que existe a necessidade da retirada completa do útero².
Embolização³
Esta é uma nova técnica que vem sendo utilizada pelos médicos para tratar alguns problemas ginecológicos e obstetrícios. É utilizada para pacientes com miomas uterinos acompanhados de sintomas e que, por algum motivo, sejam contraindicados os tratamentos orais e a cirurgia. Esse método de embolização da artéria uterina causa infarto do mioma, reduzindo seu tamanho em 50% e a sintomatologia em 85% dos casos.
Fontes: 1- Mioma uterino: um problema muito comum e quase silencioso - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 28 de abril de 2021. 2- Miomas uterinos – Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde Brasil. Último acesso em 28 de abril de 2021. 3- Tratamento atual dos miomas - Rev Bras Ginecol Obstet. 2007; 29(6):324-8 3. Último acesso em 28 de abril de 2021.